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quarta-feira, 30 de março de 2011

Rasgando o Diploma

 

Tenho me perguntado muito para que eu tenho um diploma. Para que? E o fato de não ser a unica com o problema não me consola nem um pouco, pelo contrário, me frustra de uma forma indescritível. 

Não sei o número de vezes que falei que deveria rasgar o diploma, não sei quantas vezes falei que deveria abandonar a pedagogia e com o passar dos dias, cada vez vejo esse abandono mais próximo. O governo faz propagandas na TV incentivando os jovens a serem professores, mas não se preocupa em valorizar os que  seguiram a carreira. Um trabalho árduo, cansativo e múltiplo, pois querendo ou não mesmo que seja por alguns minutos você se tornará mãe, babá, psicóloga, exemplo.

Mas não é isso que me frustra.
O que me incomoda é saber que fui uma das melhores alunas da minha turma, ter feito a melhor monografia da escola de educação da instituição, ter apresentado a monografia num simpósio com os trabalhos mais relevantes de cada área e mesmo assim  estar desempregada.
O que me incomoda é ver que aqueles alunos que estudaram comigo e que não tinham um desenvolvimento muito bom estão empregados, não por mérito mas por indicação. Aqueles mesmos alunos que prestaram concurso comigo e nem chegaram aos 50% de aproveitamento estão empregados porque possuem parentes ou contatos influentes, politicamente falando. 
Tenho acessos de fúria cada vez que lembro de como a minha cidade ainda reina o Coronelismo, não só no poder público mas nos privados. Por que sim, eu já tentei a área privada e não apenas como pedagoga mas como recepcionista, vendedora e afins. A vaga? Fica com quem o Senhor Fulano de Tal indicar.

E sim, já trabalhei por indicação mas me recusei a freqüentar reuniões do partido, a pedir voto pra fulaninho e acabei perdendo a vaga. Parece que a qualidade do seu trabalho é bem menos importante do que a quantidade de fotos que você pode conseguir. 
Daí a vontade de rasgar o diploma, porque até agora eu não consegui nada de bom com ele. E tenho acreditado no tal do destino... Essa não deve ser a minha praia e ser boa não é sinal de nada. Porque eu sei sou boa, posso não ser a melhor com minha pouca experiência, mas sei que sou boa e talvez isso não baste.

E o governo te convida para ser um professor. Seja...

Encare um conscurso com 4.911 concorrentes para apenas 90 vagas numa cidade que nem é a sua.
Fuja para cidade grande se assim como eu, você pertencer a uma cidade do interior onde o seu sobrenome e o seu voto grita mais alto do que sua competência.
Gaste suas horas vagas pesquisando e preparando suas aulas e no final do mês espante-se com o seu salário.
Seja um pedagogo... talvez você tenha mais sorte do que eu.

terça-feira, 15 de março de 2011

Adote



Entediado, chateado, esperando algo acontecer... Talvez adotar seja uma boa alternativa. Adote!
Adote um livro que te fala companhia num dia qualquer. Ficção, romance, drama, biografia. Tudo é válido, então adote!
Ou adote uma companhia viva que te traga afeto. Uma companhia canina, felina ou uma simples rosa que mereça seus cuidados. Adote uma música que te ele o astral, um sabor especial ou uma série de tv que você não conseguiu assistir.
Adote quem receba de bom grato um pouco do seu tempo, sua bagagem de vida... Adote um horário na sua agenda lotada para ligar para quem já desistiu de esperar sua ligação. Adote!
Adote um aroma preferido para um banho quente num dia ruim, uma mantra para momentos de tensão ou um objeto de estudo que chame sua atenção.
Adote uma filosofia de vida ou quem sabe uma religião... adote um passeio na praia, ou no campo talvez.
Adote uma nova cor de camisa, um novo penteado, uma nova atitude perante a vida. Se puder, adote uma vida! Há tantas lá fora precisando quem sabe de pessoas como você...
Seja qual for a opção escolhida adote!
Quem sabe suas adoções não sejam um caminho para que a felicidade venha e adote você.
Adote!



sexta-feira, 4 de março de 2011

Caçadora de lantejoulas


Carnaval na década de 90 e tudo que aquela garotinha precisava era de uma caixinha de fósforo vazia. Não queria fantasia, não queria máscaras, não queria purpurina. Apenas uma caixinha de fósforo vazia. Era lá que ela guardaria todas as lantejoulas que encontrasse pelo bairro a tarde.
Não pela manhã, não pela noite... somente a tarde.
Era poderia simplesmente pedir que sua mãe comprasse lantejoulas para ela, mas não seria o mesmo. Não haveria o gosto da caça, a diversidade dos tamanhos e cores. Não haveriam as conversas informais e despretensiosas entre uma criança e um adulto personificando o que chamam de cumplicidade. 
Tudo que ela queria era que todos se divertissem muito a noite, pulassem e cantassem para que a tarde as ruas estivessem cheias de testemunhas da alegria. Testemunhas de plástico reluzentes. 
Na sua cabecinha de criança o bairro era enorme e talvez ela nunca tenha percebido, naquela época, que tudo que ela percorria em busca de lantejoulas perdidas eram apenas três ou quarto ruas, tempo exato para o sol de por. Depois disso, era abrir a caixinha na cama e deixar que caíssem tolas as lantejoulas douradas, prateadas, azuis, rosas e verdes. Como era difícil uma lantejoula de outra cor! E quando achava estrelinhas, que alegria!!!
E assim passaram os carnavais de 92, 93 e até 94 talvez. Não me recordo bem os anos, embora saiba que do sabor singelo desses carnavais eu jamais irei me esquecer.
Bom carnaval! 

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♥MáH♥
Alguém aprendendo a lidar com emoções, sentimentos...alguém aprendendo a viver.
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