Há quem fuja da solidão e busque refugio em outras pessoas, outras cidades, outras vidas. Eu faço parte do grupo que se sente acolhida por ela e não muito raro vou bater em sua porta para " matar as saudades". Por mais estranho que possa parecer, é exatamente assim que me sinto: acolhida em meio aos meus próprios pensamentos e emoções, ouvindo só a mim mesma como conselheira.
Na maioria das vezes, embora nem todos os amigos consigam entender ou simplesmente respeitar esse meu momento, é essa solidão que me fortalece. Já não sei dizer quantas vezes precisei explicar que não havia problema algum, que eu não estava chateada com ninguém ou que eu não queria conversar com ninguém, sendo essa última fala causadora de muitos desentendimentos. E apesar de tudo isso, não consigo viver sem esses meus momentos de solidão.
Acredito mesmo que todos deveriam se dar ao luxo da solidão vez ou outra. Se dar ao luxo da própria companhia, de ouvir a voz da alma e de se perceber como elemento principal da própria existência.
Nem sempre minha solidão é tão lírica ou tão centrada, há vezes também em que eu passo esses momentos assistindo a algum filme superficial que me faça rir ou me deliciando, sozinha, com pratos não tão saudáveis mais extremamente apetitosos.
Independente de como acontece eu não saberia deixar essa prática de lado. Independente do quanto isso magoe algumas pessoas, o fato de eu não querer a sua companhia naquele momento não invalida qualquer sentimento. A minha solidão é apenas a parada de uma longa viagem numa rodovia movimentada. E o melhor de tudo é que eu sempre volto, recuperada e com um humor bem mais leve como souvenir.
No final, sempre vale a pena!