
Acho que minhas curtas viagens de ônibus são muito produtivas...
Sempre me vem a mente histórias e mais histórias da minha alma, como num divã...
Desta vez, voltava pra casa em um silêncio tranquilo, num calor absurdo e com pensamentos aleatórios dançando em mim, quando me fixei em apenas um: eu sempre fujo, evito e desdenho do que eu amarei mais tarde, ou até do que eu já amo, numa tentativa inconsciente de me proteger.
Descobri isso enquanto lembrava de minha infância-adolescência, na época em que eu amava uma música romântica e saía aos quatro cantos do mundo dizendo que a odiava. Fui pega por um namoradinho, que viu a letra copiada no meu caderno.... nem lembro se dei alguma explicação na época...
Logo depois vieram as primeiras paixões.... onde TODAS, simplesmente TODAS eram rodeadas de desentendimentos, implicâncias e afins.
Agora já na fase adulta, conheci meu melhor amigo assim... brigando com ele, numa comunidade do orkut.... soa até engraçado falar assim, mas foi.
Ainda não sei quando tudo começa, surge em mim uma antipatia tão natural que fica difícil diagnosticar casos de amor por trás dela. Foi aí que, dentro do ônibus pensei.... bem que minha antipatia, meu horror, meu pânico de matemática podia ser uma paixão recolhida né?
Ia ser tudo tão mais fácil....