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sábado, 5 de novembro de 2011

Partir



E mesmo que você não queria, há momentos em que se precisa partir. Deixar para trás pessoas que marcaram sia vida e momentos que te deixaram em estado de graça. As vezes a vida vem bater a porta e dizer que ela não parou só porquê você quis dar uma pausa.
Já parti algumas vezes, quase sempre engolindo o choro e fixando o olhar num ponto qualquer, tentando convencer a mim mesma que o retorno existiria. E quase sempre existiu. Quase sempre...
Exatamente aqui nesse blog, no ano de 2007 eu postei um pequeno texto falando do momento de partir (  Vide aqui!). Uma partida dolorosa, que me deixava a sensação de que nunca mais iria voltar. Lembro-me do desespero de querer se ver livre de tanta lágrima que surgia em meus olhos, desejando não estar sendo observada por ninguém. Lembro-me de repetir para mim mesma que eu voltaria em duas, três semanas. Já se foram quatro anos e eu nunca mais retornei- nem retornarei.
 A ironia disso tudo? Não retornei, mas demorei para partir, de fato. Você só parte se você se deixar partir. Sair de cena é bem mais do que tirar o corpo físico do cenário principal. É apagar as músicas, deixar que as lembranças sejam apenas lembranças, não as revivendo a cada segundo. Partir de fato, é fechar as portas e não voltar, seja por pensamento ou por ações. E eu não estou preparada para partir. Senti o mesmo desespero de que não voltaria mais. Senti a mesma agonia de ter que me despedir do chão e do ar, sabendo que eles jamais tocariam meu corpo novamente. 
Mas o coração... O coração fica, quem sabe desta vez para me provar que eu estou totalmente equivocada e um dia retornarei. Quem sabe...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Das cartas que você nunca lerá



Essa é só mais uma daquelas cartas que você nunca lerá, numa tentativa falha de voltar no tempo e falar tudo o que não foi dito nesses anos. Eu só queria registrar o quanto tudo isso é injusto e o quanto aquela máxima que diz que a vida não é justa é tão verdadeira e fiel a realidade. 
Não é justo. Não é justo comigo mesma pensar tanto em você nos últimos dias  tentando imaginar seu trabalho, seu cotidiano, sua vida. Não é justo comigo que nessa história toda o meu mundo tenha se afunilado enquanto o teu tenha se expandido. Não é justo que só você tenha tido um final feliz.
Não é justo que a vida não tenha parado, estática no tempo...
Sabe, meu bem, hoje eu sou loira. Sou uma pedagoga concursada na área que eu tanto queria. Eu ainda ouço MPB, ainda adoro chocolate e ainda durmo tarde.
Não tenho mais ido a praia com tanta frequência, não tenho mais a mesma melhor amiga e não me apaixonei mais. Também não chorei mais... Aquela melancolia infundada desapareceu.
Lembro-me que você queria mudar o mundo e me pergunto se conseguiu ao menos mudar as coisas ao seu redor. As vezes é bem complicado, não é?
Talvez pela proximidade da data tenho me surpreendido pensando em você, imaginando você, lembrando de você. Meus pés ainda doem a noite e sentem falta de suas massagens. As vezes meu corpo sente falta do teu peso e então eu me sinto sozinha. 
Ainda tenho lido demais, me contentando com romances dos personagens do livro, imaginando o porquê não acredito mais que isso possa ser real. 
Ainda te odeio. Não, eu não te odeio, mas deveria odiar e isso me assusta. Me assusta pensar que será sempre assim. Me assusta pensar que tenha roubado meu encanto, minha leveza, minha capacidade de acreditar.
Preciso dizer que voltei a beber. Lembra de quando nos conhecemos? Tudo que eu mais queria naquela noite era uma cerveja. Ainda bebo cerveja. E vinho, e ice e coquetéis coloridos, o que me faz lembrar que amanhã será dia de brindar. Quatro anos se passaram e eu sobrevivi, mesmo acreditando que morreria. Quatro anos se passaram e algumas feridas continuam iguais. Quatro anos se passaram e eu estou aqui, no mesmo blog, com uma boa dose extra de sentimentalismo barato, que tende a desaparecer com os dias...
Brindemos então. Brindemos a mim, brindemos a você... Brindemos a mais uma carta que você nunca lerá.
Tintim! 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Protagonista


Nunca fui uma das pessoas mais exigentes do mundo. Sempre aceitei o papel de coadjuvante sem reclamar, feliz por pelo menos ter um lugar para ocupar. 
Depois dos meus 15 anos, nunca me senti a amiga número 1 de alguém, talvez por nunca ter realmente sido considerado uma. Pouco depois fui deixando der ser a grande paixão, o grande amor...
Não sou figurinha certa no álbum de fotografia de ninguém, não recebo o primeiro pedaço de bolo, não sou a primeira a ser convidada- as vezes até se esquecem. E mesmo assim as coisas acabavam fluindo bem.
O problema é que ando cansada. Cansada de ser lembrada nos momentos em que é preciso desabafar. Cansada de ser convidada quando ninguém mais aceita o convite.  Cansada da vida de suplente, esperando um imprevisto para ocupar o lugar. Cansada das sobras, dos bastidores e da menção honrosa.
Mais do que nunca é hora de assumir o papel principal... Então que seja eu mesma a me dar o primeiro lugar. E se todo aquele papo de que é necessário se amar primeiro e " blá blá blá" não for verdadeiro, pelo menos eu terei sentido o gostinho de ser a protagonista de uma história de amor sem medidas; Por que é sem medidas que eu vou me amar.
E que assim seja.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Uma questão de comparação





Como a maioria dos mortais não gosto de ser comparada. Gosto de ser eu e tenho esse direito. Mas existem aqueles momentos em que é inevitável comparar. E em muitas vezes são esses momentos que me mostram verdades que eu finjo não existir.
Já conheço aquele papo de que cada ser é único e que não se deve comparar. Ok, eu concordo. Mas continuo comparando, e consequentemente, enxergando.
É pela comparação que percebo onde ando falhando, onde ando pecando. É pela comparação que tenho consciência da dimensão de alguns sentimentos tanto meus como de outras pessoas. As vezes é difícil confiar nas palavras e é quando comparo atitudes que percebo o que é real.
Talvez seja esse um bom exercício. Talvez seja um grande erro.... Talvez seja mesmo uma necessidade.
E enquanto eu não descubro, vou andando e comparando, dando adeus ao que achar necessário (ou que simplesmente não me merece) , na certeza de que não importa como, andar é melhor do que ficar parado.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A fórmula do amor



♫ Se eu não perdi nenhum detalhe, onde foi que eu errei?
 Ainda encontro a fórmula do amor ♫


Tenho indagado a mim mesma onde foi que eu errei. Não, eu não sou uma desesperada. Mas sinceramente acho que há algo de errado comigo - ou com o mundo? rs
Utilizando das palavras trocadas com um amigo num momento crítico: " Não sou nenhum exemplo de padrão de beleza, mas também acredito que não sou tão horrenda assim. Trabalho, ganho meu dinheiro e não depende que me sustentem. Então me diz, onde está a porcaria do problema?".
Eu sinceramente não sei bem como tudo isso deveria funcionar... 
Vejo pessoas reclamando de mulheres ciumentas, barraqueiras e afins, mas são justamente estas as escolhidas para um relacionamento mais sério.  Mas estou aqui para falar de mim. Falar desta espera interminável pelo amor. 
Parece amargura, mas não é. Mas dizer que estou feliz com tudo do jeito que está é hipocrisia. Uma mulher dificilmente estará...
E tudo que eu queria agora era uma receita, uma fórmula, um segredo para as coisas darem certo. Só que não há, e tudo isso que lemos nas revistas não passa de teorias falhas ...
Por isso eu cansei. Cansei de ler no horóscopo que o momento é favorável para romance. Cansei de ler nos testes dessas mesmas revistas que sou ótima e blá blá blá
Eu cansei de ouvir que sou exigente quando na verdade não sou, cansei de ouvir que um dia a pessoa certa aparecerá quando esse dia parece nunca chegar, cansei de ouvir que " sou inesquecível" quando na verdade o que parece é que sou a última opção da noite. 
Cansei a ponto de achar que isso de amor simplesmente não acontecerá para mim. 
Cansei. Cansei.
Enquanto eu não descubro a tal fórmula só me resta esperar o tempo passar e esses pensamentos se dissiparem de dentro de mim. Quem sabe até lá eu não descubro a tal fórmula e fico rica? Pelo menos eu não cansei de sonhar! rs


domingo, 7 de agosto de 2011

Eu gosto!

O post de hoje é um memê que a minha amiga Natália (http://destartes.blogspot.com/) me deixou. 
O memê consiste em colocar 10 coisas que você não vive sem, coisas que você mais gosta. Não estão em ordem de preferências, claro. É um exercício bem gostoso de se fazer... Então vamos lá?



1- ♥ Ler ♥


2- ♥ Internet ♥

3- ♥ Amigos ♥

4- ♥ Animais ♥

5- ♥ Maquiagem ♥


6- ♥ Acessórios ♥

7- ♥ Rosa ♥

8- ♥ Chocolate ♥


9- ♥ Dr House ♥

10- ♥ Esmaltes ♥

PS: Não coloquei Deus e família porquê são óbvios demais. Amo tanto que nem preciso citar. 

A regra é passar para 5 pessoas, e eu sou daquelas que sempre burla essa regra. Deixo aqui para quem se interessar. Tenho certeza que vocês irão gostar de fazer...


sábado, 2 de julho de 2011

"Não é a distância que mede o afastamento."




Há alguns dias tenho pensado em como nossas vidas vão tomando rumos diferentes daquele que planejávamos, sonhávamos e desejávamos. Tenho pensado em como pessoas e coisas que nós, inocentemente, julgávamos que teríamos sempre ao nosso lado de repente não mais estão.
Não por acaso li uma frase de Antoine de Saint-Exupéry, autor da grandiosa obra O Pequeno Príncipe que dizia: "Não é a distância que mede o afastamento". E realmente não é... 
Tenho pessoas fisicamente distantes de mim, mas que ao mesmo tempo ocupam um espaço tão grande na minha vida que é como se estivessem ao meu lado. 
Li num blog que não me recordo qual que o que mede o afastamento é o esquecimento. Sábias palavras. Traiçoeiro que é, o esquecimento chega de mansinho, sútil e em pequenas doses. Esquecemos de dar um telefonema, esquecemos de parabenizar uma data, esquecemos de estender um convite e quando nos damos conta já estamos distantes demais para voltar sem grandes alardes, como se nada tivesse acontecido. 
Enquanto isso o esquecido sofre. Sofre não por o outro conseguir viver sem ele, mas sofre por saber que já não faz mais falta. Sofre por saber que na hora do brinde ele não foi lembrado. Sofre por saber que na hora do desespero ou da imensa alegria a presença dele não foi sequer cogitada, mesmo em silêncio. Sofre pela indiferença.
Talvez um dia o lado que esqueceu se dê conta e tente voltar ( se desejar), coisa que não será fácil para este também. Voltar nunca é fácil, implica um estado de consciência e aceitação que nem todos conseguem aguentar. 
E assim, entre esquecimento e afastamentos o tempo vai passando, a vida vai passando até chegar ao ponto de uma reaproximação ser quase impossível, pois, se não é a distância que mede o afastamento logicamente não será a presença física que mede a proximidade numa relação. 
O que nos resta então? Resta-nos zelar por aqueles que acreditamos ser realmente importantes demais para ficarem afastados de nós. Resta-nos um café no final de uma tarde, um e-mail, um telefonema, um cartão.
Resta-nos cuidar para nos mantermos presentes na vida do outro e para mantê-lo presente na nossa própria vida, independente de onde estejam, longe ou perto. Afinal, não basta estar do lado direito, é preciso estar do lado de dentro.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Minha própria solidão



Há quem fuja da solidão e busque refugio em outras pessoas, outras cidades, outras vidas. Eu faço parte do grupo que se sente acolhida por ela e não muito raro vou bater em sua porta para " matar as saudades". Por mais  estranho que possa parecer, é exatamente assim que me sinto: acolhida em meio aos meus próprios pensamentos e emoções, ouvindo só a mim mesma como conselheira.
Na maioria das vezes, embora nem todos os amigos consigam entender ou simplesmente respeitar esse meu momento, é essa solidão que me fortalece. Já não sei dizer quantas vezes precisei explicar que não havia problema algum, que eu não estava chateada com ninguém ou que eu não queria conversar com ninguém, sendo essa última fala causadora de muitos desentendimentos. E apesar de tudo isso, não consigo viver sem esses meus momentos de solidão.
Acredito mesmo que todos deveriam se dar ao luxo da solidão vez ou outra. Se dar ao luxo da própria companhia, de ouvir a voz da alma e de se perceber como elemento principal da própria existência. 
Nem sempre minha solidão é tão lírica ou tão centrada, há vezes também em que eu passo esses momentos assistindo a algum filme superficial que me faça rir ou me deliciando, sozinha, com pratos não tão saudáveis mais extremamente apetitosos. 
Independente de como acontece eu não saberia deixar essa prática de lado. Independente do quanto isso magoe algumas pessoas, o fato de eu não querer a sua companhia naquele momento não invalida qualquer sentimento. A minha solidão é apenas a parada de uma longa viagem numa rodovia movimentada. E o melhor de tudo é que eu sempre volto, recuperada e com um humor bem mais leve como souvenir.
No final, sempre vale a pena! 

sábado, 4 de junho de 2011

Amigos de Farmácia


As vezes eu queria poder comprar um (a) melhor amigo(a) na farmácia. E isso nada tem a ver com a ausência total de amigos ou coisa do tipo. Eu só queria essa relação de melhores amigos que vejo por aí e que já vivenciei em outros tempos.
Explico.
O que me faz falta é a proximidade física das pessoas. É poder ligar a qualquer hora e sair para qualquer coisa.
É saber quando a pessoa terá disponibilidade para mim e quando ela estará em suas próprias ocupações. É saber exatamente o seu gosto e não ter que pensar várias vezes numa opção de presente. 
As vezes eu só queria ter alguém pra contar tudo e fazer isso olho no olho. Alguém que freqüentasse minha casa e conhecesse meus outros amigos.
A verdade é que mesmo com tantos contatos reais e virtuais em muitas vezes eu ainda me sinto sozinha. As circunstâncias da vida me afastou de alguns melhores amigos e eu não os substituí, o que me faz muita falta. Por mais que eu ame meus amigos, por mais que eu saiba do apreço deles por mim, sei que não sou a melhor amiga de nenhum deles e sei também que recuei em alguns casos por não conseguir retribuir com a mesma intensidade esse " título" de amizade. Recuei porque não era mútuo.
Faz parte...
Um melhor amigo não se elege quando você bem entende. Um melhor amigo nasce aos pouquinhos, um dia após o outro. E como esse tipo de cultivo anda complicado para mim eu fico imaginando como seria prático ir numa farmácia e comprar um melhor amigo. Seria  mais fácil, mais rápido...
Mas espera aí... Quem disse que a vida tem que ser fácil não é mesmo?






quinta-feira, 19 de maio de 2011

Mulheres de 25


Sempre quis completar 25 anos de idade. E não queria  por acaso...
Observando filmes, livros, novelas, revistas, amigas e família cheguei a conclusão de que a mulher fica mais bonita e interessante depois dos 25. Não que as mais novas não o seja, mas a imaturidade pode sim nos boicotar em alguns momento.
Acredito que antes dos 25 somos inseguras demais.. Somos confusas não só com o nosso estilo mas com algo bem maior: a nossa própria identidade. 
" Já somos mulheres de verdade?", " Estou muito velha pra isso?", " Ainda estou em tempo para aquilo?", " Essa é mesmo a área que quero trabalhar a vida toda?", " Ele é o homem da minha vida para sempre?" são alguns dos nossos maiores questionamentos. 
Não tenho a ilusão de que após os 25 todos irão ser respondidos mas sempre vi nas mulheres com mais de 25 uma certa atitude e conhecimento de si própria que me encantava. Mulheres de 25 são mais seguras, mais bonitas e mais interessantes.
Fiz 25 no último sábado e fiz questão de comemorar alguns  dos amigos que eu mais amava. Não comecei a ficar mais bonita ou coisa do tipo, mas uma coisa é certa: eu me sinto bem mais realizada do que antes. Afinal, eu já tenho 25!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Pessoas Mornas


Acho que sou uma pessoa morna. E por mais espanto e apedrejamento que isso possa causar, eu assumo? Sim, sou uma pessoa morna.
Explico: tenho percebido um grande orgulho das pessoas em dizer que são intensas, que são " 8 ou 80" e que para elas é tudo ou nada. Pois bem, não sou assim. Entre o 8 e o 80 existem 72 números que eu faço questão de percorrer.
Eu não vou fechar os olhos e ignorar o fato de que cada situação é sempre ímpar, pois sei que é uma particularidade qualquer que pode fazer total diferença. Não vou agredir as pessoas com palavras e ações por não reagirem - ou agirem- como eu quero. Aliás, isso pra mim é falta de educação não intensidade de personalidade.
Não vou me doar a um único gosto e jamais me permitir experimentar outra coisa, assim como não vou experimentar tudo que aparecer por puro amor ao que eu já gosto. Não vou mergulhar de cabeça em numa relação de estrutura ainda frágil e correr o risco dela se desfazer com uma brisa qualquer. Sim, sou morna.
Não vou migrar para um lugar desconhecido, sem ter o mínimo de informação e tentar a sorte. Isso pra mim é insanidade não intensidade.
Não vou calcular todos os riscos de um projeto, mas também não vou entrar em nada sem ao menos pesar os prós e contras mais concretos. Não vou deixar de aposentar um plano só porque prometi que o iria concluir. Não viveria uma vida de festas e badalação todos os dias se pudesse, pelo simples prazer da tranqüilidade de uma noite de sono. Mas também não me trancaria em casa e assassinaria qualquer vestígio de vida social.
Enfim, sou uma pessoa morna. Talvez as pessoas mornas sejam menos ou mais felizes. Talvez as pessoas mornas sejam apenas centradas e equilibradas ou talvez não saibam o lado bom da vida. Tudo bem... Mas prefiro acreditar que pessoas mornas assim como eu, são apenas realistas e com uma bagagem de vida (apesar de curta) que deixou algumas lições.
E sabe aquela história de copo meio cheio ou meio vazio? Pois bem, pra mim ele não está nem uma coisa nem outra. Apenas está pela metade.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Rasgando o Diploma

 

Tenho me perguntado muito para que eu tenho um diploma. Para que? E o fato de não ser a unica com o problema não me consola nem um pouco, pelo contrário, me frustra de uma forma indescritível. 

Não sei o número de vezes que falei que deveria rasgar o diploma, não sei quantas vezes falei que deveria abandonar a pedagogia e com o passar dos dias, cada vez vejo esse abandono mais próximo. O governo faz propagandas na TV incentivando os jovens a serem professores, mas não se preocupa em valorizar os que  seguiram a carreira. Um trabalho árduo, cansativo e múltiplo, pois querendo ou não mesmo que seja por alguns minutos você se tornará mãe, babá, psicóloga, exemplo.

Mas não é isso que me frustra.
O que me incomoda é saber que fui uma das melhores alunas da minha turma, ter feito a melhor monografia da escola de educação da instituição, ter apresentado a monografia num simpósio com os trabalhos mais relevantes de cada área e mesmo assim  estar desempregada.
O que me incomoda é ver que aqueles alunos que estudaram comigo e que não tinham um desenvolvimento muito bom estão empregados, não por mérito mas por indicação. Aqueles mesmos alunos que prestaram concurso comigo e nem chegaram aos 50% de aproveitamento estão empregados porque possuem parentes ou contatos influentes, politicamente falando. 
Tenho acessos de fúria cada vez que lembro de como a minha cidade ainda reina o Coronelismo, não só no poder público mas nos privados. Por que sim, eu já tentei a área privada e não apenas como pedagoga mas como recepcionista, vendedora e afins. A vaga? Fica com quem o Senhor Fulano de Tal indicar.

E sim, já trabalhei por indicação mas me recusei a freqüentar reuniões do partido, a pedir voto pra fulaninho e acabei perdendo a vaga. Parece que a qualidade do seu trabalho é bem menos importante do que a quantidade de fotos que você pode conseguir. 
Daí a vontade de rasgar o diploma, porque até agora eu não consegui nada de bom com ele. E tenho acreditado no tal do destino... Essa não deve ser a minha praia e ser boa não é sinal de nada. Porque eu sei sou boa, posso não ser a melhor com minha pouca experiência, mas sei que sou boa e talvez isso não baste.

E o governo te convida para ser um professor. Seja...

Encare um conscurso com 4.911 concorrentes para apenas 90 vagas numa cidade que nem é a sua.
Fuja para cidade grande se assim como eu, você pertencer a uma cidade do interior onde o seu sobrenome e o seu voto grita mais alto do que sua competência.
Gaste suas horas vagas pesquisando e preparando suas aulas e no final do mês espante-se com o seu salário.
Seja um pedagogo... talvez você tenha mais sorte do que eu.

terça-feira, 15 de março de 2011

Adote



Entediado, chateado, esperando algo acontecer... Talvez adotar seja uma boa alternativa. Adote!
Adote um livro que te fala companhia num dia qualquer. Ficção, romance, drama, biografia. Tudo é válido, então adote!
Ou adote uma companhia viva que te traga afeto. Uma companhia canina, felina ou uma simples rosa que mereça seus cuidados. Adote uma música que te ele o astral, um sabor especial ou uma série de tv que você não conseguiu assistir.
Adote quem receba de bom grato um pouco do seu tempo, sua bagagem de vida... Adote um horário na sua agenda lotada para ligar para quem já desistiu de esperar sua ligação. Adote!
Adote um aroma preferido para um banho quente num dia ruim, uma mantra para momentos de tensão ou um objeto de estudo que chame sua atenção.
Adote uma filosofia de vida ou quem sabe uma religião... adote um passeio na praia, ou no campo talvez.
Adote uma nova cor de camisa, um novo penteado, uma nova atitude perante a vida. Se puder, adote uma vida! Há tantas lá fora precisando quem sabe de pessoas como você...
Seja qual for a opção escolhida adote!
Quem sabe suas adoções não sejam um caminho para que a felicidade venha e adote você.
Adote!



sexta-feira, 4 de março de 2011

Caçadora de lantejoulas


Carnaval na década de 90 e tudo que aquela garotinha precisava era de uma caixinha de fósforo vazia. Não queria fantasia, não queria máscaras, não queria purpurina. Apenas uma caixinha de fósforo vazia. Era lá que ela guardaria todas as lantejoulas que encontrasse pelo bairro a tarde.
Não pela manhã, não pela noite... somente a tarde.
Era poderia simplesmente pedir que sua mãe comprasse lantejoulas para ela, mas não seria o mesmo. Não haveria o gosto da caça, a diversidade dos tamanhos e cores. Não haveriam as conversas informais e despretensiosas entre uma criança e um adulto personificando o que chamam de cumplicidade. 
Tudo que ela queria era que todos se divertissem muito a noite, pulassem e cantassem para que a tarde as ruas estivessem cheias de testemunhas da alegria. Testemunhas de plástico reluzentes. 
Na sua cabecinha de criança o bairro era enorme e talvez ela nunca tenha percebido, naquela época, que tudo que ela percorria em busca de lantejoulas perdidas eram apenas três ou quarto ruas, tempo exato para o sol de por. Depois disso, era abrir a caixinha na cama e deixar que caíssem tolas as lantejoulas douradas, prateadas, azuis, rosas e verdes. Como era difícil uma lantejoula de outra cor! E quando achava estrelinhas, que alegria!!!
E assim passaram os carnavais de 92, 93 e até 94 talvez. Não me recordo bem os anos, embora saiba que do sabor singelo desses carnavais eu jamais irei me esquecer.
Bom carnaval! 

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Tentar

Tento.
Observo.
Tento.
Faço.
Tento.
Apago
Tento… 
Tento…
Tento…
Na esperança de um dia acertar.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A Porta Aberta


A porta se abriu. Eu a abri.
Depois de anos eu senti a necessidade de girar a chave. Eu me tranquei, eu sei. Me acostumei com o quase escuro e a solidão das noites de chuva e fiz dali o meu mundo. 
Mas eu senti a necessidade de abrir a porta. Senti a necessidade de me deixar povoar. 
Os traumas existiram e só agora eu assumo que devido à eles eu senti medo, medo do fim antes mesmo que houvesse um começo. Medo da dor, da repetição.
Mas agora... agora é como se o som lá de fora ficasse cada vez mais alto e convidativo. É como se esse meu mundo individual ficasse pequeno ao mesmo tempo que grande demais só para mim.
Eu ainda não tenho um rumo, não tenho um plano. Ainda não faço idéia que que caminho seguir...Sei que caminharei a passos de formigas e ainda desconfiarei se as pedras não estarão em falso. Talvez eu ainda olhe para trás, talvez eu tenha vontade de voltar... Talvez... 
Tudo ainda é incerto e nebuloso. Mas há algo que eu sei : que a porta se abriu de verdade e chegou a hora de caminhar.

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♥MáH♥
Alguém aprendendo a lidar com emoções, sentimentos...alguém aprendendo a viver.
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