
Eu já não sei o que será de nós... Eu já não consigo imaginar o que sobrará de nós em meio as cinzas de um amor que está nos queimando.
Um amor não-carnal, quase abstrato...mas que fere.
Eu não quero passar o resto de nossas vidas perdoando ou pedindo perdão, enquanto as oportunidades deixam de ser vividas por mim, por ti...por nós.
Talvez, num futuro não muito distante, isso tudo não mais exista...Talvez o nosso nós esteja tão individual e cheio de si, que as palavras já não serão mais bem vindas e as sombras das mágoas já terá nos tomado pela mão...
E o que ficará disso tudo?
Viverá em ti o som do lado bom da vida... Viverá em mim a sensação do inesperado surpreendendo-me...
Viverá em nós as saudades de uma amizade que de tão intensa, um dia esbarrou nos ciúmes, tropeçou nas palavras ditas - e não ditas, confesso- e caiu aos pés da mágoa se perdendo de vez pelos caminhos da vida.
Ainda há tempo, meu tudo...
Ainda há tempo de amar sem cobrar, sem idealizar, sem esperar... Ainda há tempo de nos amarmos como somos... intensos ou calados, mergulhando de cabeça e enfrentando ou recuando até o calor passar...
Deixemos nosso amor ser maior que isso... Deixemos nossas outras relações nos lugares delas para vivermos a nossa...
Ainda há tempo...
De mãos dadas, fechemos os olhos para o que nos é externo, antes que a frase "nossa amizade não dá" seja verdadeira e forte o bastante para resistir.
Ainda há tempo... ainda há amor.